Agora que a Microsoft
está caminhando em ritmo acelerado (com a versão 8.1 já disponível e
uma possível 8.2 no forno), podemos trazer algumas previsões realistas
para o Windows 9.
Queremos notar que até o presente momento não há detalhes concretos
sobre o cronograma para o desenvolvimento da próxima atualização,
tampouco informações sobre o lançamento do próximo Windows. Não temos
como saber se a desenvolvedora vai apostar em updates anuais para o
Windows 8 ou se o plano é reformular tudo e lançar uma nova versão.
Assim, é importante ter em mente que talvez alguns palpites deste
artigo acabem não se concretizando. De qualquer forma, estamos bem
inteirados com os mais recentes rumores, por isso um artigo sensato que
aborde alguns recursos que realmente possam aparecer no Windows 9 faz todo sentido neste momento.
Repensando o sistema
Conforme citamos na análise
do Windows 8.1, o atual sistema da Microsoft é muito indeciso. O
produto não consegue agradar totalmente em nenhum dos dois ambientes aos
quais se propõe atender. Seja em um tablet ou em um computador desktop,
o software deixa a desejar com funcionalidades confusas que surgem em
decorrência da dualidade de visuais.
Devido à grande queda nas vendas dos desktops e à convergência para
os aparelhos com tela sensível ao toque, não poderíamos estranhar se a
Microsoft resolvesse abandonar a interface desktop do sistema. Esta
seria uma boa aposta, mas um rumor diz o contrário.
Conforme uma postagem em um fórum russo, a Microsoft trará a
interface Aero (a mesma do Windows 7) de volta no Windows 9. A pessoa
que compartilhou a informação comentou que o visual antigo será
recolocado para agradar aos usuários que reclamaram da nova interface,
todavia é possível que o Aero seja modificado um pouco.
De qualquer forma, trazer a interface Aero de volta ao jogo não quer
dizer muita coisa. Ela é essencial no novo Windows, pois muitos
softwares ainda não terão migrado para o novo estilo visual do sistema —
e manter a compatibilidade com grandes aplicativos é de suma
importância para a Microsoft.
Uma boa ideia seria fornecer o poder de escolha para o usuário. Quem
usa um PC de mesa ou um notebook sem tela sensível ao toque poderia
aproveitar todo o sistema apenas no modo desktop, enquanto os
utilizadores de tablets desfrutariam da interface moderna.
Isso não é uma ideia ruim e vemos isso acontecer com os produtos da Apple
(que não força os usuários de computadores a usarem os programas e a
interface do iPad). São sistemas diferentes, portanto é necessário
funcionalidades diferentes. Repensar o sistema certamente seria a melhor
ideia para garantir a melhor experiência para o usuário.
Novo painel de controle
Essa reforma geral no sistema não seria apenas na interface, mas em
todos os recursos. Um dos problemas que apontamos em nossa análise é
justamente a má organização das opções e das configurações. Com um
painel de controle clássico e algumas poucas funções acessíveis através
da nova interface, as pessoas se veem perdidas em diversas situações.
Jogar as opções para um único local seria um grande avanço, pois o
usuário não precisaria vasculhar menus ocultos para encontrar
configurações que são essenciais. No caso de uma separação de interface
(para desktops e computadores com touch), os painéis poderiam ser
organizados da mesma forma, mas com ícones projetados para cada tipo de
tela.
Algo que atrapalha bastante no Windows 8 é a falta de um gerenciador
do sistema que seja realmente atuante. No Windows 9, podemos esperar
essa integração entre os itens do Painel de Controle (que podem incluir
até mesmo configurações de softwares) e a interface. Notificações
inteligentes poderiam deixar o sistema mais útil e simples.
Unificando tudo
Uma ideia que muitos cogitam é a unificação do Windows Phone com o
Windows. A separação do produto para atender a dois mercados distintos
não é ilógica, mas a unificação dos sistemas seria benéfica tanto para a
Microsoft quanto para o consumidor.
A ideia é bem simples: um sistema capaz de se adaptar (identificando a
resolução e otimizando recursos para aproveitar o hardware disponível)
ao dispositivo e de oferecer uma experiência mais consistente com apps
preparados para a plataforma em questão. O Windows Phone 8 até tenta
imitar o visual do Windows 8, porém os núcleos dos sistemas são bem
diferentes.
Essa unificação também seria de grande valia para os desenvolvedores
que poderiam desenvolver um único app capaz de rodar em quaisquer
gadgets. Essa agilidade no processo de criação de jogos e softwares
seria ainda mais importante para a Microsoft, que teria uma loja
recheada de novidades de alta qualidade.
Já pensou como seria interessante sair do PC e continuar no celular
usando o mesmo sistema? Claro, para conseguir tal façanha, a Microsoft
precisaria enxugar o sistema — removendo algumas funções e impondo
limitações —, deixá-lo mais inteligente e adicionar algumas ferramentas
para melhorar o uso dos recursos.
Essa possibilidade inclusive não é descartada. Conforme Terry
Myerson, vice-presidente de sistemas operacionais da Microsoft,
confirmou ao site PC Pro, a empresa está comprometida com o Windows RT e
vê que o software pode ficar bom em smartphones com telas grandes. Ela
comentou que os celulares têm boa autonomia de bateria e conectividade e
adicionou que podemos esperar o Windows chegar a muitos gadgets com
processadores ARM.
Aplicativos realmente completos
Um sistema operacional não tem uma utilidade bem definida sem a
presença de aplicativos. O Windows sempre veio com alguns programas
básicos desenvolvidos pela própria Microsoft (é o caso do Paint, do
calendário, da calculadora e do próprio Internet Explorer), garantindo algumas tarefas básicas sem a necessidade de instalação de softwares de terceiros.
Acontece que muitos desses softwares próprios são bem básicos, o que
acaba tornando o sistema (em seu estado inicial) muito limitado. No
Windows 8, já vimos a Microsoft dando alguns passos rumo à inclusão de
apps remodelados e mais robustos, mas ainda não podemos dizer que os
aplicativos da Microsoft satisfazem as necessidades básicas do usuário.
)
Pegue um dos apps básicos da interface moderna. Eles geralmente são
vazios, com apenas um ou outro recurso inserido em algum canto da tela.
Essa renovação de apps é importante para que os utilizadores mantenham
interesse no sistema.
Melhorias de energia e de recursos
O Windows vem melhorando muito ao longo dos anos, mas o sistema ainda
não é um exemplo no consumo e gerenciamento de energia. Com a chegada
do Windows 9, podemos esperar que o software consiga aproveitar melhor a
energia disponível, garantindo tempo prolongado de uso do computador.
Apesar de parecer simples, essa melhoria no sistema não acontece da
noite para o dia, ainda mais porque o Windows é um sistema que roda em
uma variedade enorme de máquinas. Assim, podemos esperar que o Windows 9
traga alguma melhoria nesse sentido, mas não que isso vá resolver o
problema em todas as máquinas.
Um sistema capaz de gerenciar energia de forma inteligente necessita
controlar os recursos de hardware de forma mais precisa. O Windows 8 já
mostrou que é capaz de se comunicar bem com os componentes, sendo capaz
de instalar drivers e oferecer boa funcionalidade dos principais
dispositivos, mas o sistema ainda não tem controle absoluto sobre as
peças.
Quem sabe, com o Windows 9, poderemos ver um sistema inteligente
capaz de se adaptar ao processador, usando todos os recursos de um chip AMD
ou de um Intel. A mesma coisa vale para a utilização da placa de vídeo,
algo que pode impulsionar o desempenho, mas que por enquanto acontece
apenas em um ou outro programa.
Uma experiência mais gestual
Um dos grandes focos do Windows 9 deve ser o comando por voz e
gestos. A integração com o Kinect e câmeras mais capacitadas em
notebooks pode garantir uma experiência similar à que será oferecida no
Xbox One. A Microsoft sabe como fazer isso e é apenas uma questão de
tempo até convencer os usuários de que tais recursos podem facilitar
suas vidas.
Algumas empresas também vêm investindo nesses recursos, o que inclui a própria AMD e Intel. Há alguns notebooks (como o Lenovo Yoga
que testamos) que já trazem capacidades de interpretação de movimento, o
que facilita, por exemplo, a navegação em uma galeria de imagens. No
futuro, a quantidade de funções com gestos pode ser bem maior.
Já imaginou que interessante seria apenas dizer “Oi, Windows” e
começar a utilizar o PC sem as mãos? Todos os movimentos da Microsoft
sugerem um futuro pautado nesse tipo de tecnologia, portanto não devemos
duvidar que o Windows 9 será bem mais inteligente.
O futuro é na nuvem
Entre tantos rumores, há um que parece improvável, mas que não pode
ser descartado. Conforme a postagem no fórum Ru Board, o Windows 10 pode
ter muitas funcionalidades baseadas na nuvem. Sinceramente, devemos
discordar um pouco da informação, pois acreditamos que esta mudança já
possa acontecer no Windows 9.
Basta pensarmos que a Microsoft tem tomado uma série de ações para
deixar seus produtos conectados à nuvem para percebermos que a ideia não
é tão absurda. O Xbox One,
por exemplo, vai usar e abusar desse tipo de recurso, até mesmo para
executar jogos antigos do Xbox 360 — o que comprova o poder da nuvem da
Microsoft.
Considerando as capacidades avançadas para tal tarefa, não duvidamos
que o Windows 9 possa contar com várias ferramentas que funcionem na
nuvem. E se pensarmos um pouco mais, a Google já oferece um sistema
desse tipo que funciona perfeitamente (para quem tem uma conexão de
internet decente).
Claro, o sistema terá diversos recursos que funcionarão offline,
garantindo o uso do
software em locais onde não há conexão com a
internet. Entretanto, acreditamos que muitos recursos funcionem
diretamente da nuvem, incluindo o streaming (pago) de jogos, o que
garantiria a execução de games até mesmo em máquinas mais simples.
Já imaginou como seria legal poder viajar para qualquer lugar do
mundo, usar qualquer computador e sempre ter seu sistema (documentos,
apps, músicas e jogos) sempre disponível? Para nós, este seria o foco
principal do Windows 9, por isso apostamos no slogan “Your system. Your
Docs. Anytime. Anywhere.”
Quando será lançado?
Conforme já comentamos, não há uma data confirmada para o lançamento do Windows 9, mas de acordo com a notícia do PC Pro,
a Microsoft deve lançar a próxima atualização do sistemas apenas em
2015. A notícia causa estranheza, pois vai contra o que a própria
Microsoft havia proposto anteriormente: updates frequentes.
Isso gera uma grande dúvida sobre a versão que será liberada, pois,
considerando o longo tempo de desenvolvimento, devemos ver o Windows 9
chegando em vez de uma simples atualização como seria o caso do Windows
8.2. Tendo em mente o lançamento de versões anteriores, poderíamos
apostar na chegada do Windows 9 para outubro de 2015.
Vale notar que mesmo que tenhamos razão sobre a versão que será
lançada, não há como saber se os recursos que citamos aqui serão
adicionados ao sistema. De qualquer forma, nossos palpites são coerentes
diante das atitudes da Microsoft e dos mais recentes boatos. Agora, resta aguardar para ver o que a empresa nos revela em um futuro próximo.